O desenvolvimento do projeto envolveu o trabalho colaborativo de professores do 11.º e 10.º anos, tendo-se realizado várias reuniões informais de planificação de atividades, desde o início do ano. No início do ano foram explicados aos alunos os objetivos do clube Ciência Viva e a forma como os mesmos poderiam ser integrados nas áreas curriculares das disciplinas e ajudar a concretizar os objetivos enunciados no “perfil do aluno no final da escolaridade obrigatória”.
Durante o primeiro período, foi concretizada, em novembro, uma saída de campo à Serra da Gardunha para observação de alguns aspetos passíveis de constituir problemas relativos ao ordenamento do território. Foram também observados vários vídeos que levantavam problemas ao nosso quotidiano, relacionados com a instabilidade das vertentes e potenciais situações de risco. Foi feito o desafio aos alunos, para que os mesmos relacionassem as caraterísticas da Serra da Gardunha com situações potenciais de risco, identificando situações em que eles se podiam constituir como agentes de intervenção cívica, de forma experimentalmente fundamentada. Foram organizados grupos de trabalho por áreas de interesse, nomeadamente, (1) estudo e compreensão das representações gráficas usadas em cartografia; (2) determinação do declive das encostas; (3) estudo da precipitação regional e potenciais volumes de escoamento em episódios de precipitação intensa, em curto espaço de tempo; (4) identificação de litologias regionais distintas; (5) diferenças na vegetação da Serra da Gardunha; (6) urbanismo e uso do solo em função de instrumentos legais de ordenamento do território (REN, RAN e PDM). Os trabalhos realizados foram alvo de apresentação oral à turma.
Em dezembro, foi realizada uma visita de estudo ao Centro Ciência Viva do Alviela e às salinas de Rio Maior, envolvendo objetivos das disciplinas de Biologia e Geologia, Física e Química A e Filosofia. A mesma decorreu com normalidade, tendo sido concretizados todos os objetivos propostos, nomeadamente os respeitantes à compreensão da transversalidade das temáticas e à multidisciplinariedade das equipas de estudo.
No segundo período, os alunos foram organizados em grupos de seis elementos, elementos esses que na fase anterior, durante o primeiro período, tinham pertencido a grupos distintos dedicados a temas de trabalho diferentes. Tentou-se, por esta via, simular o trabalho em equipas multidisciplinares. Durante as aulas de Biologia e Geologia e Física e Química A, os grupos assim formados idealizaram e construíram maquetas para testar diferentes fatores que podem influenciar os movimentos de vertente, os quais representam risco ambiental para pessoas e edifícios. Os alunos tiveram de improvisar os modelos recorrendo a materiais que recolheram nos laboratórios, no sótão da escola ou no exterior, incluído na Serra da Gardunha, como terra, plantas e cascalho. Os modelos foram alvo de experimentação e cuidadosa recolha de dados.
Posteriormente, os alunos foram convidados, em grupos de três, a elaborar pósteres científicos os quais, depois de revistos, foram enviados para o concurso "Fronteiras da Esperança: Minha Terra, Meu Futuro", promovido pelo Centro de Estudos Ibéricos, em parceria com a Comurbeiras.
A apresentação das maquetas e dos projetos ao público, nomeadamente para os pais estava agendada para a semana aberta do agrupamento, no final de março. Dado que essa semana se realizará, previsivelmente, no início do próximo ano letivo, os alunos serão convidados a fazer a apresentação das respetivas maquetas.
Veja aqui o resultado final: