Os alunos do 8ºano de escolaridade iniciaram as visitas ao Parque da Devesa para conhecerem mais sobre os barqueiros - Notonecta glauca! Ficaram a conhecer as características desta espécie muito comum nos charcos, tanques e ribeiros de água doce, mas pouco conhecida para este alunos. Foram alertados, pela Engenheira Lia Cardoso, para os fatores abióticos mais favoráveis para a espécie, ciclo de vida e relações bióticas que estabelece com outras espécies. Apesar do seu reduzido tamanho, estes insetos são predadores vorazes e alimentam-se de girinos, pequenos peixes e outros, insetos. Mantêm-se imóveis com a barriga para cima, apoiados na superfície da água devido à tensão superficial da mesma, apoiando as patas dianteiras, as patas do meio e a parte posterior do abdómen. Desta forma detectam movimentos através de vibrações, recorrendo posteriormente à visão para capturar as presas, agarrando-as com as patas anteriores. Podem predar as presas tanto à superfície, nadando de costas, como mergulhando até ao fundo. Os barqueiros utilizam a armadura bucal picadora para sugar os fluídos corporais das presas. A saliva é tóxica e a picada é bastante dolorosa. Apesar de serem insetos aquáticos, não têm guelras e respiram o ar atmosférico, armazenando-o em bolhas debaixo das asas ou á volta do corpo, o que lhes dá por vezes uma cor prateada. São bons voadores e conseguem voar com facilidade entre diferentes pontos de água, tornando-os dos insetos aquáticos mais comuns em charcos e outros meios aquáticos. É a luz e não a gravidade que condiciona o comportamento de nadarem de costas à superfície da água. Ao serem colocados num tanque com a luz a vir do fundo, eles automaticamente viram-se ao contrário (https://www.viva.fct.unl.pt/artropodes/notonecta-glauca).