Os professores dinamizadores do Clube Ciência Viva, na Escola Secundária D. Luísa de Gusmão, trabalharam com um grupo de alunos do 7º ano de escolaridade, que começaram por elaborar um trabalho de pesquisa sobre as tradições do barro e da olaria, no nosso país; sobre a origem geológica da argila/barro, bem como os locais onde podemos encontrar estes materiais. Entre outras informações que recolheram, ficaram a saber que a argila se forma a partir da alteração do granito. Sabendo que esta rocha não existe na cidade de Lisboa, sugeriram que se fizesse uma recolha de amostras no pátio da escola e na sua periferia, que incluísse a rocha mãe, a rocha mãe alterada e sedimentos resultantes da mesma a fim de investigarem o tipo de rocha aí existente. Concluído o trabalho de campo, iniciou-se o trabalho de laboratório, onde se procedeu à observação e comparação dos materiais recolhidos, à vista desarmada e com lupas de mão, tendo-se verificado que eram muito semelhantes e pareciam corresponder a rocha calcária. Por forma a validar esta hipótese, foi realizado o teste do ácido clorídrico, tendo-se constatado uma reação de efervescência, o que permitiu concluir que a rocha recolhida era carbonatada e, possivelmente, calcário. A partir desse momento, os alunos passaram a utilizar apenas a amostra de sedimentos. Estes foram submetidos à remoção de matéria orgânica e de pequenos fragmentos da rocha mãe e, posteriormente, à crivagem, por forma a obter apenas as partículas de menor dimensão. De seguida, testou-se o comportamento destes sedimentos mediante a adição de diferentes quantidades de água, na tentativa de criar uma massa homogénea. Uma vez conseguida essa massa, fez-se um molde que se conservou. Por fim, foi efetuada a comparação entre o comportamento desta amostra com o comportamento de uma amostra de argila proveniente da alteração do granito, tendo-se encontrado semelhanças entre as mesmas e concluído que as argilas podem ter diferentes origens.